domingo, 26 de julho de 2009

A Revolução Francesa por History Channel

A Revolução Francesa, de 1789, está aqui registrada neste impressionante e elucidativo documentário produzido pelo History Channel (com narração em português e comentários com legendas em português).

Cultuada pelos ocidentais como um ´divisor de águas´ do fim da monarquia absolutista (típica dos regimes feudais da Idade Média) e a ascenção da burguesia (que viria a ser a elite social e econômica nos anos vindouros), a revolução do fim do século XVIII é desnuda e analisada em sua essência por uma equipe de especialistas cujas alegações revelam-se comprometidas com a História. Sem o glamour típico da visão socialista posterior, as raízes, os desdobramentos e as consequências do movimento, um dos maiores marcos do Ocidente na Idade Moderna, são revelados de maneira objetiva, contudo, reflexivamente.

É-nos revelado, por exemplo, por que as implicações filosóficas por trás do movimento geraram um governo opressor, muito pior do que a monarquia que condenou e destruiu. O período do ´Terror´, como ficou conhecida a época mais sanguinária da Revolução Francesa, não foi uma época de ´emancipação do homem´, mas de tirania, arbitrariedade, vingança e caos. Estavam abertas as portas para a nova idealização de Estado totalitário, uma cosmovisão sócio-econômica utópica, cujos desdobramentos naturais, hoje, são perfeitamente previsíveis: Um novo ´absolutismo´, desta vez, estatal; uma burocratização ilógica, que torna-se mais importante do que aquilo que visa organizar e gerir; e finalmente, a erradicação dos conceitos cristãos sob o pretexto de ideais iluministas, que confunde fé e misticismo, crença em Deus com irracionalidade primitiva, egolatria com o saber e falha miseravelmente por, como diz um dos especialistas que falam no documentário, ´tentar mudar a própria natureza humana´!! Imperdível.

Parte 1.


Parte 2.


Parte 3.


Parte 4.


Parte 5.


Parte 6.

Parte 7.

Parte 8.

Parte 9.

Parte 10.

Parte 11.

Parte 12.

Parte 13.

Parte 14.

Império sanguinário, Império de Napoleão


A monarquia absolutista, negligente, imoral e esbanjadora já não exisitia mais. A ´era da razão´ iniciava-se, com os homens literalmente saltando de um extremo ideológico a outro. E num ambiente de caos, revoltas e sede de sangue, são misturados os ingredientes necessários ao surgimento de déspotas tirânicos que sabem visualizar nos anseios do povo a oportunidade de influenciá-lo e liderá-lo na execução dos seus piores e mais sombrios devaneios. A Revolução Francesa culminaria não em uma sociedade ´igualitária, libertária e fraternária´, como evocava o lema pelo qual ficou conhecida, mas por um império sanguinário, violentíssimo e que devastou boa parte da Europa do século XIX. O império de Napoleão.

Tomada da Bastilha

Um dos fatores mais importantes da Revolução Francesa, a tomada da Bastilha aconteceu em 14 de julho de 1789 na França. No mesmo ano no Brasil, fora deflagrada a "Inconfidência Mineira" e no ano de 1776 ocorreu a "Revolução Americana", mostrando que não se tratava de um movimento isolado na História, mas de um dos que tiveram maior dimensão.

E o que era a Bastilha? Bastilha, uma prisão torre onde ficavam os presos políticos, adversários dos dominantes: Clero e Nobreza, que constituía o 1º e 2º Estado/Poder na França. A burguesia e o povo formavam o 3º estado.

O povo suportou tantas amargurar, a ponto de chegar o momento de não tolerar mais, eis que tudo tem limites. E, deu no que deu, a massa se rebelou-se, cabeças literalmente começaram a rolar, guilhotinadas.

Tudo começou em 1789, a Bastilha caiu no dia 14 de julho deste mesmo ano, começo da redenção dos franceses, menos favorecidos, era a maioria, que exclamava a todos os cantos: "LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE"

A Liberdade guia o povo


Através da análise da obra pintada por Eugène Delacroix em 1830 intitulada A Liberdade guia o povo, é possível tecer uma fecunda reflexão sobre as implicações sociais da arte, tanto quanto ao seu conteúdo como também no que diz respeito à sua forma.

A necessidade de relatos imediatos dos acontecimentos repercutiu intensamente na arte do período.

Portanto, é extremamente significativo que no Salão parisiense de 1831 Delacroix exponha a tela intitulada A liberdade guia o povo, com a qual, segundo Argan, a "arte deixa de se remeter ao antigo e se propõe ser, a qualquer preço, do seu próprio tempo". (Argan, 1993, p. 57).

Com essa obra Delacroix subverte as convenções que estabeleciam as alegorias, a história antiga, a religião e os feitos heróicos de personagens ilustres como temas dignos de serem representados através da pintura, dedicando-se a retratar uma sublevação popular da qual foi testemunha ocular ocorrida entre os dias 26 e 28 de julho de 1830 e que culminou na deposição do rei Carlos X. O motivo: a suspensão, pelo monarca deposto, de várias disposições democráticas, entre elas a liberdade de imprensa.

Delacroix se reporta a tais acontecimentos, condensando-os em uma cena de batalha através da qual não só exalta a bravura dos combatentes mas também caracteriza, através de detalhes significativos, a origem de cada personagem, como um ilustrador atento que captasse os aspectos mais relevantes do fato presenciado. É certo que na figura feminina, representando a Liberdade e que domina a composição, ainda há vestígios dos modelos gregos tão caros à arte praticada na França, como também é inequívoco o seu caráter alegórico. Entretanto, com igual ênfase, há traços que revelam sua condição de mulher do povo, como os seios sujos de pólvora e a indiscreta pelosidade das axilas.

Sua mão direita, resolutamente erguida, empunha a bandeira tricolor transformada em símbolo de sublevação na Revolução Francesa (1789). Na mão esquerda segura um fuzil com baioneta no cano, o que significa estar preparada para a batalha corpo a corpo. A cabeça é coberta por um gorro frígio, chapéu originário da antiga Pérsia e usado em Roma por escravos sublevados que, ao ser adotado durante a Revolução Francesa, converteu-se em um dos símbolos da República.

A caracterização da Liberdade e dos demais personagens da cena pintada como pessoas do povo causou profunda indignação na crítica da época que reagiu com comentários sarcásticos e acerbos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Picadeiro da vida


Acho que vou criar um novo curso de faculdade.
Um curso denominado felicidade.
Quando alguém lhe perguntar o que vai ser
Ou o que você faz, responda.
Eu vou ser feliz, eu faço felicidade.

Haverá muitas matérias, muita aula prática.
Serão ministradas aulas de alegria e respeito
Amor, sensibilidade, auto-admiração e humildade.
O estágio será obrigatório e intenso
E supervisionado pela sua consciência.

Os professores serão uns completos bobos idiotas
Palhaços que dão risada de qualquer coisa.
Se algum aluno fizer uma sacanagem ganhará ponto positivo
O mau humor ocasionará castigos e suspensões.
E em caso de tristeza justificada, serão oferecidas aulas de reforço.

E quanto ao valor da remuneração do profissional?
Será alto, inestimável e intangível.
Muitos se aproximarão de você por puro interesse.
Vão querer saber porquê você está sempre bem.
Vão querer rir com você, você ganhará muitos amigos.

Você não terá férias, terá que estudar sempre.
Muito trabalho em grupo sem direito ao silêncio.
Poderá falar menas e iorgute, os erros de português serão ignorados.
E os erros de cálculo desconsiderados.
Embora alfabetização não seja pré-requisito.

E no fim do curso, o trabalho de conclusão.
A banca julgadora estará a sua espera
À sua volta, e você no meio do picadeiro.
Você saberá se todo o investimento valeu a pena.
Ou se apenas nasceu, viveu e morreu